Tuesday 18 January 2011

o livro da selva

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Ainda não estava bem refeito de me extasiar pelo relvado até ao rio quando me falaram das serpentes. Verdes. As pequenas as de mais temer. Mas que estão nas árvores (!!) ou nos buxos,  e que pelo meio da relva é seguro. Quer dizer, normalmente afastam-se com o barulho. Nunca aconteceu nada, garantem-me. As estatísticas tranquilizam-me. Crianças ( pés minúsculos em sandálias pelo relvado húmido) ? Nunca as houve antes. Destroçam-me a estatística. Tudo são histórias, sigo em frente. 

Um par de dias depois, chega de Tóquio, via Pequim (e antes de Tóquio, Dubai, e antes disso Moscovo - cheapest fare a quanto obrigas) a antiga correspondente em Jacarta, habituada a encontros imediatos com cobras indonésias. Sentou-se no jardim a ler um best seller em cirílico. Pousou as pernas (belas)  na mesa. Uma serpente, a apanhar ares no tampo, afasta-se, lesta. Verde. Pequenina. A intrépida jornalista russa acaba o capítulo e regressa a casa. Conta o episódio. Telefonam-me (em hiperventilação) a contar-me o episódio. Investigo o que há a fazer. O jardineiro perito em lidar com as cobras que só volta amanhã e que já passa da hora para chamar o Instituto Pasteur. Excuse me? Sim, telefona-se, eles vêm e apanham as cobras vivas para fazer antídotos. (Vou a recônditas gavetas da minha memória médica e sai-me "CVF" - Cobra Venom Factor . Um heparinóide. Os mordidos morrem por anti-coagulação. Fechar gaveta). 

No dia seguinte, olhando pela varanda trópico-colonial, vejo um crocodilo a atravessar, lerdo, o relvado. Calma, não é um crocodilo, tem cabeça curta. Iguana? Varão de Komodo em tamanho XS? Em todo o caso, ao lusco fusco, uma lagarto de noventa centímetros passa bem por jacaré.

Chega de ofídeos, sáurios, répteis diversos. À noite, compro um crocodilo (ver foto). Para a minha colecção.

(Dedicado a G. que achou os meus posts anteriores demasiado filosóficos)

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